Bom dia, boa tarde, boa noite, conforme a ocasião.
Esta semana, a cultura brasileira e nós leitores perdemos uma grande autora, Marina Colasanti. Nascida na Itália, em 1937, e vivendo no Brasil desde seus 11 anos, a escritora produziu e lançou mais de 70 obras literárias, entre livros infantis, poesia, contos e crônicas. Recebeu diversos prêmios e homenagens no Brasil e no exterior por suas obras. Quando soube do falecimento da escritora, me veio logo na mente um texto seu que é bastante popular entre os leitores. Trata-se da crônica “Eu sei, mas não devia”, escrita por ela em 1995, que muito provavelmente o meu leitor e a minha leitora já devem ter lido em algum momento. Para quem conhece e para quem não conhece, como homenagem à escritora, segue parte do escrito:
“Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem.
A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração...”
Que sempre vivam as palavras de Marina Colasanti!
Zona de conforto
Tem uns conselhos que até já viraram mantra para alguns coachs, que eu ouso discordar. Um deles é o famoso “saia da zona de conforto”. Pra que sair? É na zona de conforto que a gente faz melhor o que tem que fazer. Não precisamos viver desconfortavelmente para crescer, é só encontrarmos um equilíbrio saudável entre os desafios e a nossa calmaria que tudo vai dar certo. E sem desconfortos.
Em breve discordarei aqui do “foguete não dá ré”...
Papo correto
- Mano, o que é politicamente correto?
- É você abrir mão das suas opiniões e impressões só para agradar um bando de gente sensível e sem noção...
Só a gente
Existem umas expressões que só a gente aqui do Sul pra entender. Quer ver?
- Tem, mas acabou!
- A luz dormiu acesa!
- Fiquei preso do lado de fora da casa!
- Segue reto toda vida!
Verão
A minha amiga leitora, doutora Andresa Fontanela, aproveitando o verão.
Galega
Amiga que a comunicação me deu, vizinha de coluna aqui no DS, a querida Micheline Zim está de aniversário. Felicidades!
Celebrando
A lindona, quase médica, Maria Eduarda Oliveira, ainda celebrando o aniversário. Beijo do tio!
Julinha
Tá de ponta-cabeça, mas é em Londres. Feliz aniversário para a querida Júlia Búrigo Rossi!
Frase solta, que deveria estar presa:
“A gente sai de casa para criar memórias, bebe e volta sem nenhuma”.