Bom dia, boa tarde, boa noite, conforme a ocasião.
Reza a lenda que, um dia, no tempo em que as palavras ainda tinham cheiro de pedra e poeira, um romano tropeçou num pedregulho minúsculo durante uma caminhada. Um grãozinho de nada, quase invisível, mas a pedrinha entrou na sandália e incomodou o suficiente para obrigá-lo a parar. Tirou a sandália, cutucou o calcanhar e, entre uma careta e um suspiro, batizou aquela sensação de “scrupulus”, um diminutivo de scrupus, que significava pedra pequena.
Essa é a origem da palavra escrúpulo, com a qual hoje denominamos consciência moral, caráter íntegro, zelo e outros termos que andam meio em falta...
Pois é, a palavrinha, nascida da sola do pé, subiu para o coração e foi parar na consciência. Virou aquela voz interior que diz “melhor não”, mesmo quando ninguém está olhando. Um sussurro inconveniente no meio do impulso. Uma moralzinha portátil, que não pesa, mas atrapalha. Quer fazer uma pequena trapaça? O escrúpulo cutuca. Quer pegar um atalho duvidoso? O escrúpulo pinica. Ele está lá, como um fiscal invisível, dizendo:
“Isso aí não vai acabar bem, hein?”
E é curioso: o escrúpulo não precisa ser grande. Assim como a pedrinha do romano, ele age pelo detalhe. Um quase nada que, quando ignorado, vira um tropeço existencial. E quando a gente perde os escrúpulos... bem, aí sim começa o verdadeiro escorregão da vida.
No fundo, viver com escrúpulos é como caminhar com um chinelo que faz barulho: irrita, mas te lembra que você está pisando em alguma coisa. E talvez seja isso que nos mantém mais ou menos decentes nesse mundo cheio de tapetes vermelhos sobre buracos morais.
No fim das contas, o mundo talvez fosse melhor se todo mundo andasse com um pequeno escrúpulo no sapato. Incômodo, sim. Mas necessário.
Especial
A nutricionista diz que eu só posso beber álcool em ocasiões especiais. A psicóloga diz que eu devo tornar todos os dias especiais. E agora?
Problema
Aprendi com o filósofo de nosso tempo, Leandro Karnal, que a morte não é um problema. Basta vê-la com sabedoria e vamos compreendê-la como o último e mais doloroso aprendizado. Quando a gente morre, a gente não é mais; logo, não haverá mais problema. Se, onde a morte está, eu não estou, e se, onde eu estou, a morte não está, a morte não é um problema. O problema é o que eu faço antes dela.
Bodas
Meu amigo Gilberto Bandeira e sua Andresa, celebrando 26 anos de matrimônio, as Bodas de Alexandrita. Parabéns, casal!
Lançamento
O jornalista e escritor Tom Belmonte, que apresenta o programa Tudo em Pauta, na Rádio Litoral, lança o seu mais novo livro, “Rincão do Inferno”, o segundo da trilogia Círculo de Sangue, do autor. Vai ter lançamento em Porto Alegre e aqui em Tubarão.
Bruno
Comunicador Bruno Vandresen, sucesso no jornalismo da Rádio Tubá de Tubarão, celebrando nova idade hoje. Parabéns, garoto!
Coração Feliz na Obmep
Alunos do Colégio Coração Feliz, de Tubarão, que se classificaram nas etapas estadual e nacional da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas - Obmep, receberam ontem, em Florianópolis, suas premiações e reconhecimentos. Conquistaram medalha de bronze, na etapa estadual, os alunos: Vinicius Redivo Souza e Caio Calvette da Cunha. O destaque ficou por conta do aluno Henrique Pereira Michels (foto), que conquistou o ouro na etapa regional e a medalha de prata em nível nacional. Essa gurizada vai longe!
Frase solta, que deveria estar presa:
“El único mal que necesito es el Mal-bec”.
