Os governos, ao assumirem seus mandatos, pedem tempo para arrumarem a casa, o que é aceito pela mídia, aliados, adversários e sociedade na esperança de resolutividade nas ações. Embora tratem da situação doméstica, sabem das interferências externas, como as mudanças políticas das grandes potências, que influenciam diretamente nos aliados e parceiros em diversos campos, como nas transações comerciais americanas. A saber se é para recuperar espaço, supostamente perdido, ou provocar o jogo do “pagar para ver”. A impressão que fica é o uso da surrada saga do bode na sala, reproduzida a seguir. “Dizem que num ambiente pequeno e com muita gente, reclama-se do acanhado espaço. Então, chega alguém, com autoridade, acompanhado de um velho bode fedorento a fazer-lhes companhia. Tornando-se insuportável a sala, quando então todos gritam: tire o bode, antes estava melhor”. E assim, com a retirada do animal e seu dono, alivia-se o ambiente, abrindo caminho para outras negociações.
Jogo de cena
Parece que o presidente Trump cria o mesmo cenário a seus parceiros, inclusive o Brasil, espalhando bodes tarifários na expectativa de tirar proveitos. Se de um lado avança sobre alguns mais frágeis e flexíveis, dos mais estabilizados os obstáculos e as reações são firmes, tendo que aguardar ou dar meia volta. Enquanto isso, vai desestabilizando contratos unilaterais ou coletivos. Há também resistências dentro da própria casa sobre o modus operandi, travando o governo. A conferir a força tarifária do bode.
Tributária é prioridade
Parlamentares, ao retornarem às atividades, encontram demandas novas, antigas e engavetadas. Na União respira-se a tributária. Ainda que comece a vigorar a partir de 2027, urge discutir os meandros ainda nebulosos. As escolhas dos presidentes das casas legislativas foram de uma extrema, passando pelo centro, chegando a outra, sem constrangimento, afinal, estava-se buscando o melhor para o país. Cá entre os botões: não seria aos próprios interesses? Enquanto o andar de baixo esperneia, perdendo amigos devido às brigas ideológicas, o de cima tricoteia à sombra, brindando os resultados das negociatas na divisão do bolo. Compostas as equipes, será a vez do governo passar pelo corredor, que de repente pode ser fácil de caminhar ou se transformar em “polonês”, na busca da prioridade tributária.
Solidariedade sindical
A função sindical no Brasil de representar, negociar, defender e assistir os servidores/trabalhadores de uma categoria profissional aos poucos vai ganhando outros ingredientes. E convenha-se; o “sindicalismo pelego”, aquele a serviço do patrão, quer seja do setor público ou privado, parece que se esvaiu. No Sindifisco - Sindicato dos Fiscais da Fazenda de SC os processos evoluíram, em relação a seus filiados, como os da arrecadação de tributos, formulação da política tributária e o desenvolvimento econômico sustentável. Entre tantas ações realizadas na última semana, quando foram entregues 400 kits a entidades escolares a comunidades carentes da Grande Florianópolis, dá prova disso.
Refletindo: “Não apenas viveu como iluminou o mundo, de quem teve o privilégio de conhecê-la”. Nilcélia - sobrinha do coração, in memoriam. Uma ótima semana!