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PEDRO HERMÍNIO

15/10/2025 06:00

A mãe das reformas

Quando se compara a verde grama do vizinho à própria, remonta-se à ilusão sobre a realidade vivida ao lado. Se lá tudo é bonito e melhor, confortável é permanecer à espreita e descobrir o que se passa naquele jardim, relegando o daqui a um plano secundário.
O relato acima conduz à analogia das reformas importantes que vêm acontecendo pelo país, e à classe política, que insiste na administrativa, embora importante, esquecendo-se da própria, em seu quintal, que não sai do papel: a política.
Em vídeo que corre na internet sobre o número de pessoas envolvidas nos quadros legislativos, o dado é preocupante: Congresso, Assembleias e Câmaras de Vereadores mostram-se sem interesse em reduzir seus quadros. Pelo contrário, novos agregados são cada vez mais convocados a realizar o corte da gramínea, enquanto o espaço permanece inalterado.
Se o dever de casa fosse cumprido à risca, com o intuito de reduzir as despesas, já na estratosfera, certamente os protagonistas da administração pública estariam mais suscetíveis ao diálogo franco.
Mas, com o volume dos fundos partidário e eleitoral, aliados a mordomias e conchavos com os outros poderes, num aperta e afrouxa dependente das circunstâncias, e sem perspectivas de cortes, nada feito.

Sobre a administrativa
Após o fracasso da investida com a PEC da Blindagem, o Congresso segue firme no embate com o Executivo e, na tentativa de limpar a barra, aprovou a isenção do Imposto de Renda para quem percebe até R$ 5 mil mensais — num gesto de comiseração social travestido de politicagem.
Agora, posta à mesa a da reforma administrativa, tida como a salvadora de todos os problemas (econômicos, financeiros...), encontra obstáculos no Judiciário, em manifestação do presidente do Supremo, Edson Fachin, e ainda na recente nota das associações e federações ligadas aos auditores fiscais.
No comunicado, afirmam que o texto “subordina o serviço público à lógica do mercado e não tem viés de aumentar a eficiência do Estado brasileiro”. E seguem: “são falsos os argumentos de que a proposta sirva para a maior profissionalização, meritocracia e extinção de privilégios”.
Enfim, a preocupação está no quintal alheio, e o que realmente mereceria cuidado fica em segundo plano — a mais importante das reformas: a política.

Notas fiscais
Florianópolis deu o pontapé quanto à adoção do emissor nacional de Notas Fiscais de Serviços Eletrônica. De acordo com a secretária da Fazenda, Michele Roncalio, o processo, que será por etapas a partir deste mês, tornará obrigatório para todas as empresas contribuintes de Florianópolis a sistemática, a partir de dezembro de 2025. A mudança atende à Lei Complementar nº 214/2025, que regulamenta a reforma tributária do consumo e determina que a mudança obrigatória deve acontecer a partir de 2026.

Faturamento do Simples
Empresários movimentam-se para que o Congresso dê andamento à proposta que amplia o limite de faturamento das empresas integrantes do Simples Nacional. A conferir.

Refletindo 
 “Onde houver discórdia, que eu leve a união.” São F. de Assis. Uma ótima semana!

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