Bolsonaro deixou como única obra em Santa Catarina as quatro praças de pedágio no trecho sul da BR-101. Graças a um projeto do senador Esperidião Amin, que foi aprovado ainda no mandato do inelegível, logo a vida dos motoristas catarinenses irá piorar bastante. Trata-se do pedágio sem cancela, o chamado free flow.
O negócio era para funcionar de forma prática, como em países desenvolvidos. Mas estamos no Brasil, onde as coisas funcionam na base do jeitinho. Esse novo sistema vai ser ótimo para a concessionária, que vai economizar mão de obra, péssimo para os trabalhadores, que serão demitidos, e pior ainda para os motoristas.
Neste sistema, é utilizado um pórtico com câmeras que identificam a placa e geram a cobrança enquanto segue o fluxo de veículos. As concessionárias colocam placas nas rodovias explicando as informações básicas, mas nem todos percebem ou conseguem ler o conteúdo enquanto dirigem, e aí que surge a confusão.
Onde já está funcionando, serviu só para confundir os motoristas. Muitos deixam de pagar a tarifa por distração ou desconhecimento, e são multados em R$ 195,23 mais cinco pontos na carteira. A multa é gerada se o pedágio não for pago em até 15 dias. Mas vários motoristas são multados mesmo tendo pago a tarifa. Brasil...
A CCR, que é a dona da rua tanto lá como cá, alega que os erros ocorrem devido a supostas falhas no sistema de cobrança. Não convenceu ninguém, o que motivou um protesto de motoristas na Rodovia Rio-Santos. Motoristas que passaram pelo pedágio e querem pagar não conseguem gerar a cobrança pelo site da CCR.
A ANTT diz que vem acompanhando a implantação e solicitando melhorias à concessionária. E se os usuários tiverem algum problema com o uso do sistema é só contatar a própria concessionária. Maravilha, né? Políticos deveriam favorecer o cidadão, e não empresas bilionárias. Para esses, o cidadão que se exploda.
