Karoline Fernandes celebra a data relembrando graça alcançada pela “mãe”
A história de fé da tubaronense Karoline Fernandes com Nossa Senhora Aparecida, lembrada neste domingo, foi um caminho de descoberta e entrega que se construiu aos poucos, desde a sua infância.
“Eu tinha uns oito anos quando comecei a participar dos coroinhas na Paróquia Santa Terezinha, em Tubarão. Desde então, a Igreja Católica, a devoção aos santos e a Nossa Senhora sempre estiveram muito presentes na minha vida”, conta.
Ainda menina, Karoline via em Nossa Senhora Aparecida a figura protetora das crianças. “Falava-se muito dela para nós, e os meus pais também cultivavam essa devoção. Por ser a santa brasileira, ela sempre foi muito próxima”, recorda.
Os anos se passaram e sua devoção foi só aumentando. Recentemente, Karoline realizou um sonho antigo: visitar o Santuário Nacional de Aparecida, em São Paulo. “Fui pela primeira vez em setembro. Chorei o tempo todo. Desde o momento em que cheguei, às seis e meia da manhã, já senti uma emoção indescritível. Estar lá é como chegar na casa da mãe. Um lugar de paz, fé e acolhimento”, descreve.
Ela define a fé como algo que não se explica, apenas se sente. “Se eu pudesse passar para as pessoas 20% da minha fé, acredito que o mundo seria melhor. A fé muda a forma como a gente enxerga a vida”, fala.
Casa da mãe
Mesmo após a visita ao Santuário, Karoline diz que sente vontade constante de voltar. “Comentei com meu pai que, se pudesse, voltaria todo fim de semana, mesmo sem dinheiro, só com o necessário para comer. Ele perguntou o porquê, e eu respondi: estar lá é uma dádiva. Só de participar das missas, de andar pelo Santuário, o coração transborda de fé. A gente percebe que os problemas se tornam pequenos diante da grandeza de Deus”, diz.
Para Karoline, Nossa Senhora Aparecida é mais do que uma devoção: é um elo direto com o divino. “Ela é minha intercessora junto a Deus e a Jesus. Quando sinto que não sou ouvida, peço: ‘Mãezinha, intercede por mim’. E sei que ela ouve. A fé é o que me move, o que me sustenta e o que me faz continuar acreditando que nunca caminhamos sozinhos”, completa.
Milagre e gratidão são relembrados por Karol
A devoção de Karoline ganhou ainda mais força depois de viver uma experiência que ela chama de milagre. Seu filho mais novo, Theo, nasceu com alergia severa à proteína do leite. “Ele não podia nem tocar em nada que tivesse leite. Passava muito mal. E como mãe, é desesperador ver o filho sofrer e não poder fazer nada”, relembra.
Em um 12 de outubro, dia de Nossa Senhora Aparecida, ela fez um pedido especial. “Disse: ‘Minha santa, ajuda a curar o meu filho. Se até o próximo ano ele estiver curado, eu vou sair da minha casa a pé até aqui’. Fiz essa promessa com toda a fé do meu coração”, relembra.
Um ano depois, o menino estava completamente curado. “Foi a graça mais linda que recebi. Ele passou a comer de tudo, a viver normalmente. Cumpri minha promessa: eu e meu marido saímos a pé de Tubarão rumo à gruta de Nossa Senhora, em Treze de Maio. Mesmo sem preparo, mas com a força Dela e de Deus, conseguimos concluir o caminho”, afirma.
Hoje, coordenadora dos coroinhas da Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus, Karoline dedica parte da sua vida a ensinar valores de fé e espiritualidade às crianças. “Se eu morresse amanhã, gostaria que meus filhos dissessem que o ensinamento que deixei foi o de serem tementes a Deus. Não é ter medo, é ter respeito. É escolher o que é certo não porque o mundo diz, mas porque Deus diz”, destaca.
Para ela, falar de fé é algo natural, mesmo quando o assunto pode causar estranhamento. “Às vezes, quando começo a falar de Deus ou de Nossa Senhora, sinto que as pessoas pensam ‘lá vem ela de novo’. Mas essa sou eu. A minha essência é Deus. É Nossa Senhora que me mantém de pé, que me dá força para continuar”, encerra.