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“Sinto-me injustiçado”, diz tubaronense

Joel Borges Corrêa participou das manifestações de 8 de janeiro de 2023 e foi preso na Argentina em novembro

29/01/2025 06:00|Por Redação

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Advogados acreditam na liberdade provisória

O escritório de advocacia argentino que cuida do caso dele acredita que conseguirá a liberdade provisória de Joel, esperança compartilhada pela família. “Desde 8 de novembro ele já tinha em mãos o DNI (Documento Nacional de Identidade), que é o documento necessário para permanecer na Argentina e trabalhar”, diz Míriam, em entrevista para o portal Sul Agora.

“Para conseguir o documento, ele não pode ter cometido crime algum na Argentina; isso mostra que ele é um perseguido político”, completa.

Joel, que no Brasil era caminhoneiro, já estava trabalhando regularmente no país vizinho, atuando como taxista, quando foi preso. Na ocasião, ele estava indo atrás de um outro emprego, em El Volcán, onde tinha uma promessa de trabalho com veículo pesado.

Joel e Míriam, que é pedagoga numa creche, são casados há 20 anos e têm dois filhos, um rapaz de 19 anos e uma moça de 17.

Joel passou fome na prisão e ficou na solitária

Joel disse à esposa que passou fome nos dias que passou na delegacia e que ficou 63 dias numa solitária. Neste mês ele ficou alguns dias na Penitenciária de San Luis, até ser transferido para a de Ezeiza, na última sexta-feira (24).

Na atual penitenciária eles podem utilizar um telefone fixo para que o detento possa se comunicar com a família. Foi assim que ele conversou com a mulher nesta segunda.

“O processo não teve início em Tubarão, em 1ª instância, mas sim no STF. Todos os recursos foram para o mesmo ministro. Quando saiu a condenação em fevereiro do ano passado, o Joel já ficou sem esperança. E quando o primeiro recurso foi negado, em abril, ele tomou a decisão de ir embora, com tornozeleira e tudo”, descreve.

O escritório de advocacia de Joel entende se tratar de um crime multitudinário (cometidos por um grupo de pessoas em um tumulto) e que não existe nas leis da Argentina, e por isso está com um recurso em trâmite.

Míriam diz que no processo não há um vídeo, foto, impressão digital ou constatação de DNA de Joel dentro de algum órgão dos Três Poderes. “As fotos que constam no processo são uma selfie no portão do quartel de Brasília com dois caminhões do exército”, diz.

Ida foi organizada por grupo de WhatsApp

Saiu apenas um ônibus de Tubarão rumo a Brasília para o 8 de Janeiro, que Míriam tenha ficado sabendo. Era um ônibus de dois andares, para cerca de 60 pessoas. Quando chegaram a Brasília, o grupo se dispersou, então não é possível saber se todos participaram das manifestações e se alguns ficaram apenas no QG do Exército.

De Tubarão, além de Joel, apenas a empresária tubaronense Camila Mendonça Marques e Maria de Fátima Mendonça Jacinto Souza, a Fátima de Tubarão, foram condenadas a 17 anos de prisão.

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