Késia Martins da Silva, ex-primeira-dama de SC, fala sobre luta contra a doença
“Talvez tenha sido a notícia mais dura que recebi. O primeiro pensamento é de morte. Quanto tempo eu tenho? Mas quando você tem um bom médico acompanhando, uma família dando força, amigos encorajando e muita fé, a vontade de viver supera todos os medos, e você só quer correr atrás da cura”.
É desta forma que Késia Martins da Silva, ex- primeira-dama de Santa Catarina, relata como tem sido a sua luta diária contra um câncer de mama, descoberto em maio deste ano. De lá para cá, assim que o tratamento foi progredindo, e com ele alguns efeitos colaterais, como a perda do cabelo, ela decidiu expor nas redes sociais sua situação para, também, motivar outras mulheres na mesma situação e alertar para os cuidados.
“Só a partir do resultado de todos os exames dividi a notícia com a família e amigos próximos, e pedi que orassem por mim, pra que meu corpo se mantivesse forte, minha mente equilibrada e minha fé fortalecida. E assim tenho me mantido, graças a Deus”, revela.
Késia passou por uma cirurgia conservadora e iniciou o tratamento de quimioterapia um mês depois. São 12 sessões semanais (paclitaxel) e 18 sessões a cada 21 dias (trastuzumabe).
“Não tive nenhum outro efeito colateral, a não ser a queda de cabelo. Assim que começou a cair, fui diminuindo o tamanho do corte. Mas ver o cabelo caindo o tempo todo é muito incômodo, então resolvi passar a maquininha e carecar logo. Foi libertador. Porém, o tabu ainda é grande. Os olhares de curiosidade e ‘piedade’ são inevitáveis. E esse foi também um dos motivos da minha exposição, para que isto seja visto como processo de cura, sinal de que o remédio está agindo no meu corpo”, relata.
“Depois que dividi meu diagnóstico nas redes sociais, muitas mulheres me mandaram mensagens contando dos seus tratamentos e cura, e outras ainda bastante ansiosas com diagnósticos recentes. Essa troca tem sido muito encorajadora para mim e para elas”, se orgulha.
Apoio
Durante toda essa primeira etapa, somente o marido, o ex-governador Carlos Moisés da Silva, sabia o que estava acontecendo. “Moisés tem sido maravilhoso. Está comigo em todos os momentos, me apoia e impulsiona nas decisões. Ele é meu alicerce. É muito triste saber que tantas mulheres são abandonadas enquanto passam por esse tratamento”, ressalta.
Foi justamente Moisés, como parte natural de todo esse apoio, quem “raspou” os cabelos de Késia. O momento, cheio de significados e emoção, foi compartilhado nas redes sociais do casal esta semana e já teve quase 190 mil visualizações, 8,8 mil curtidas, 735 comentários e 438 compartilhamentos.
Diagnóstico precoce e a presença da família
“Sempre levei muito a sério meus exames preventivos. Faço todos os anos mamografia, ultrassom e tudo o que for sugerido pelos médicos. E há uns cinco anos acompanhávamos uns pequenos nódulos e calcificações nas mamas. Este ano, em maio, um dos nódulos havia crescido e modificado. Então, tocou o sinal de alerta. Fiz uma série de outros exames que confirmaram o câncer”, conta Késia Martins da Silva.
“A dra. Clarissa Amaral, minha mastologista, sempre foi muito clara sobre os procedimentos e tratamentos indicados, e me passou muita segurança de que poderíamos alcançar a cura, pois eu tinha um diagnóstico precoce, e o câncer estava bem localizado, somente na mama”, conta.
“Outubro Rosa está chegando e é uma boa oportunidade para fazer um apelo a todas as mulheres ‘amigas do peito’ para que façam o autoexame, toquem-se, mas não deixem de ir ao médico e façam seus exames preventivamente. Diagnóstico precoce cura!”, destaca Késia.
Juntos
Para o marido de Késia, Carlos Moisés da Silva, ao receber o diagnóstico sua reação foi de acolhimento. “Claro que fiquei triste, é natural, mas o foco era poder influenciá-la positivamente para que ela pudesse enfrentar a doença como vem enfrentando, com muita força e fé. Ela está enfrentando o maior desafio da vida dela, que é de todos nós também”, revela.
Moisés afirma que nesta caminhada todos da família – o casal tem duas filhas –, mesmo na fragilidade, se revestem de força e coragem. “Claro que temos dias em que estamos mais tristes, outros mais felizes. Mas o importante é olhar para frente com fé em Deus”, conclui.