Sambista estava com a saúde frágil desde 2017, quando sofreu um AVC
O mundo do samba se despede de uma de suas figuras mais marcantes: Arlindo Cruz, músico, compositor e multi-instrumentista, faleceu aos 66 anos no Rio de Janeiro. Desde 2017, ele enfrentava graves problemas de saúde, após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC), o que o afastou dos palcos e comprometeu sua mobilidade e fala. Recentemente hospitalizado para tratar uma pneumonia, estava internado no Hospital Barra D’Or, onde veio a falecer.
A confirmação da morte foi feita pela família por meio das redes sociais do artista. Na nota, destacaram que Arlindo foi “mais do que um artista, um poeta do samba, um homem de fé, generosidade e alegria” cuja voz, canções e sorriso permanecerão vivos na memória de milhões de admiradores. A mensagem enfatiza ainda o legado cultural deixado: “um exemplo de força, humildade e paixão pela arte” e o desejo de que sua música continue inspirando as novas gerações.
Nascido em Madureira, na Zona Norte do Rio, em 1958, Arlindo teve contato com a música desde criança, seu primeiro cavaquinho foi presente do pai. Ainda jovem, integrou rodas de samba com mestres como Candeia, e mais tarde ingressou no grupo Fundo de Quintal, onde ajudou a modernizar o samba com uma sonoridade inovadora e fiel às suas raízes.
Há mais de quatro décadas, sua trajetória se entrelaça com grandes nomes da música brasileira. Compôs para artistas como Beth Carvalho, Zeca Pagodinho e Alcione, deixou marcas em sambas-enredo de escolas como Império Serrano e Vila Isabel e influenciou gerações com suas composições e talento instrumental.
Arlindo Cruz deixa a esposa Babi (também conhecida como Barbara Cruz), seus filhos Arlindinho e Flora. A cultura brasileira se curva à sua memória e celebra o artista que transformou a dor em ritmo, o silêncio em canção e o coração do povo em samba eterno.