Na sexta-feira, dia 11 de abril, comecei um novo ciclo em minha vida literária: tomei posse como membro correspondente da Academia Juiz-forana de Letras. Receber o título de membro correspondente da AJL não é apenas um reconhecimento da minha trajetória literária, mas também um reencontro com as minhas raízes, um retorno muito simbólico a uma cidade que sempre fez parte da minha história.
Juiz de Fora sempre foi um ponto de referência na minha vida. Lá está parte da minha família de origem, os laços que me conectam ao passado e que me moldaram como pessoa. Minas está na minha pele, no meu sangue, na minha identidade. Estar ali, cercada por tantos afetos, foi como reunir, num mesmo instante, todas as versões de mim: a menina curiosa, a adolescente sonhadora, a mulher que escreve para ter voz. Mas o ápice veio quando recebi o certificado das mãos do meu pai. Naquele momento, o tempo parou. Quis morar naquele abraço. Nele cabiam orgulho, ternura e um amor que não precisa de palavras.
Meu padrinho, Jubert, também estava presente — em outra dimensão, mas muito vivo em mim. Ele foi o primeiro a me ensinar que as palavras têm um significado além da escrita, que a literatura é um espaço de expressão e que, através dela, podemos existir para além do nosso tempo. O encantamento com os livros, as histórias que ele me contava, a forma como me incentivava a ler e escrever – tudo isso foi semeando em mim o desejo de transformar o mundo através da palavra.
O título de membro correspondente da Academia Juiz-forana de Letras não é apenas uma honraria – é um presente. É a chance de me reconectar com essa terra que tanto amo, de estar entre pessoas que fazem parte de minha história e acadêmicos que valorizam a literatura. É uma forma de contribuir com a cultura de um lugar que me acolhe como parte dele.
Agradeço imensamente à presidente Cecy Barbosa e aos acadêmicos da AJL por me permitirem fazer parte dessa história, aos meus familiares que sempre me incentivaram e a cada pessoa que, de alguma forma, cruzou o meu caminho e fortaleceu minha caminhada na literatura.
Juiz de Fora sempre me recebeu com os braços abertos. Retribuo esse abraço com minhas palavras. E que elas sigam ecoando, entrelaçando vidas e atravessando o tempo, porque, como eu sempre digo: escrever é existir.