Bom dia, boa tarde, boa noite, conforme a ocasião.
“Havia uma parede. Branca, com a tinta envelhecida e descascando aos poucos, como se o tempo tivesse passado por ela com preguiça, levando embora pedaços de cor e deixando apenas o eco do que um dia foi novo e bonito. Nessa parede, restava apenas um prego. Velho, enferrujado, torto, mas ainda ali, teimosamente preso, como quem resiste ao tempo por insistência ou apego.
Durante semanas, observei aquele prego. Ele não fazia nada além de existir. Já não sustentava quadros, memórias ou qualquer objeto que lhe desse função. Era apenas um vestígio de sua inutilidade em minha vida. Mas, curiosamente, havia algo em mim que se apegava a ele. Talvez por nostalgia, talvez por medo do vazio que sua ausência deixaria. Eu não sabia explicar. Só sabia que não conseguia tirá-lo.
Os dias passaram. A parede envelhecia mais, pedaços de sua tinta já nem existiam, mas o prego, mesmo destoando, permanecia. Às vezes, parecia que ele também queria ir embora, cansado de estar ali. Mesmo assim, eu me recusava a arrancá-lo. Era o último. E, por ser o último, era o mais difícil de abandonar.
Um dia, tomei coragem. Peguei um alicate e fui até ele. Com um leve movimento, o prego se soltou, como se já esperasse por isso. Caiu no chão sem fazer barulho, discreto, quase grato pela liberdade. Fiquei parada, encarando o buraco que ele deixou. Pequeno, quase invisível. Mas, para mim, imenso. Um vazio simbólico, impossível de ignorar.
Tentei colocar outro no lugar. Um novo. Brilhante, firme, cheio de promessas. Mas não encaixou. O buraco era fundo demais, antigo demais. Percebi, então, que aquele espaço fora moldado só para o prego que se foi.
Às vezes, um único prego pode ocupar tanto espaço quanto uma parede inteira, apenas por ser especial, valioso.
E, às vezes... nem é sobre pregos.”
Crônica da jovem Letícia Schuelter Trevisol, classificada no VIII Concurso Literário da Unibave e que faz parte do livro “O Tempo”, que reúne os melhores textos do concurso. Letícia é aluna do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Dehon e teve a oportunidade de defender a sua crônica na última quarta-feira, em Orleans, no evento da Unibave.
Areia
Quando a areia da praia está muito quente e, descalço, corremos sobre ela, praticamente não nos importamos com a dor nos pés, porque a gente sabe que está correndo para o mar. Façamos assim também com os pequenos problemas que estão entre nós e nossos sonhos.
Piada
Vocês ligam muito para as aparências? Para mim, o que importa é se a pessoa ri tanto da própria piada que não consegue nem terminar de contar.
Papo profissional
- O que você faz na vida?
- Eu filtro cerveja.
- Que legal. Como você faz isso?
- Com meus rins...
Conexões afro-brasileiras
A 2ª Semana da Consciência Negra em Tubarão, que acontece de hoje até quinta-feira, está com uma rica programação artística e cultural e com debates e conscientização sobre este importante tema. O evento acontece no Museu Ferroviário de Tubarão, às 19h30 hoje, amanhã e quarta-feira, e às 14h na quinta, feriado nacional. Vai ter desfile de moda afro, exposição de fotografias de José Warmuth Texeira, livros da escritora Noemi Balbino, capoeira com os alunos da Escola Faustina da Luz Patrício, Grupo Encantados Contadores de Histórias, roda de conversa e artesanato. Na música tem: Miro Victavilno, Heleninha Freitas e Iasmin Costa e Cavaquinho de Ouro que encerra o evento, na quinta-feira.
Érica
Amiga Érica Favaro Pivatto ainda recebendo cumprimentos pelo aniversário, celebrado em família. Parabéns!
Lelê
A nossa cronista Letícia Schuelter Trevisol, orgulho dos pais Daisson e Fabiana, no lançamento do livro da Unibave, com seu texto vencedor. Parabéns!
Aniversário
Parabéns para a contadora Ana Paula Fernandes Corrêa, que festejou aniversário no final de semana e recebe o carinho dos amigos, da família e da gente aqui!
Tuli
A colega jornalista Tuliana Rosa, com larga experiência na comunicação pública em Santa Catarina, já disse a que veio na assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Defesa Civil. Tuli tem tido atuação destacada no setor, especialmente nos últimos acontecimentos climáticos vividos no Estado, quando seu apoio e atenção aos profissionais da comunicação foram imprescindíveis.
Frase solta, que deveria estar presa:
“De todas as cores, a transparência.”