Apreciadores mais longevos do desenho animado Tom & Jerry se recordam bem das peripécias, quase sempre com cenas envolvendo estratégias do gato Tom para caçar o rato “Jerry”. A inocente aventura em enredo remonta, dadas as devidas proporções e num comparativo entre o real e o imaginário, ao cotidiano Fisco & Contribuinte. Enquanto a Fazenda se equipa e se aparelha em seus processos atuais para, com maior efetividade, minar as diversidades de fraudes, o mau contribuinte — aqui frisado —, usando de sua malandragem, cria e recria outras formas de sonegar. Dá até a impressão de que a ordem na natureza se inverteu. Mas nada disso: o gato continua seguindo o rato, ainda que camuflado, e as provas confirmam. Nas últimas semanas, foram muitas as operações dos órgãos de fiscalização, com o apoio dos de segurança, envolvendo contribuintes utilizando métodos para fraudar seus clientes descaradamente, evitando repassar os impostos devidos à sociedade, que clama por melhor educação, saúde e segurança.
Empresas noteiras
Dentre as operações, praticadas em conluio com laranjas e comparsas, aplicava-se o golpe do transporte de mercadorias com notas fiscais inexistentes, ou seja, fictícias — no linguajar atual, tudo “fake”. Com a autuação, o Fisco está exigindo dos seus autores o reembolso, por meio de notificação fiscal. A Polícia Civil acompanhou a operação pelos desvios financeiros na possível lavagem de dinheiro. O fato ocorreu em municípios do litoral, entre Palhoça e Navegantes. O que não quer dizer que, nos demais, os fatos não se repitam.
Feira da sonegação
As promoções de veículos em feirões têm atraído clientes de vários lugares. Da visita e do primeiro papo à realização do negócio, tudo depende do quanto se dispõe a pagar — óbvio: quanto maior o desconto, melhor. E, quanto mais vantajoso, mais fácil de realizar.
Assim, em Criciúma, num feirão desses de final de semana, os auditores fiscais flagraram a comercialização de dezenas de veículos remetidos à feira e legalmente documentados. Porém, nem todos os que foram vendidos possuíam nota fiscal. Ou seja: dessa vez, não deu certo. Autuados vão ter que se explicar. Mas e em outras feiras, e em outros lugares que fazem o mesmo?
Então, melhor é trabalhar de forma legalizada.
A operação teve o apoio do Procon e da Polícia Civil.
Pescados frios
O flagrante, dessa vez, ocorreu na região de Florianópolis e Itajaí. Com a Fazenda Estadual, participaram da operação a Polícia Federal, o Ministério da Agricultura e Pesca e o Ibama, para desarticular uma quadrilha que praticava o comércio irregular de pescado. A operação criminosa teve esses contribuintes envolvidos na falsificação de selos de inspeção sanitária e na comercialização dos produtos. Durante os trabalhos, o Fisco identificou um depósito clandestino de pescados, sem a respectiva inscrição, e obteve relatórios gerenciais de vendas, o que resultou no cancelamento de inscrições estaduais. Então, nessa incansável luta, prevalece a estratégia de minar quem pensa o contrário.
Refletindo
O talento vence jogos, mas o trabalho em equipe ganha campeonatos”. Uma ótima semana!