18 DE MAIO DE 2024
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MILTON ALVES

16/04/2024 06:00

O morro dos indígenas e o caos no trânsito

Já que os pregadores do “politicamente correto” resolveram dizer que é errado nos referirmos aos povos nativos como “índios”, vamos então fazer o que eles acham melhor, chamá-los de indígenas. A verdade é que eu – pensando bem - até concordo que existe um fundo de razão nos argumentos usados para sustentar essa ideia, pois “índio” é mesmo um termo genérico, que não considera as especificidades que existem entre os povos indígenas.

Estavam fazendo o quê?

O que me deixa indignado é o fato destes especialistas terem levado tanto tempo para enxergar essa realidade. Onde estavam os historiadores e sociólogos de plantão que não nos alertaram antes que índio é diferente de indígena? Será que perdidos nos diálogos filosóficos dos indisfarçáveis corredores pichados da área dos cursos de Ciências Humanas das universidades federais? Ou, quem sabe, nos jardins da faculdade em viagens transcendentais numa jornada de autoconhecimento? Sei lá. Verdade é que, vez ou outra, eles descobrem o “ovo de Colombo”.  

Os donos do pedaço 

Mas voltando ao “morro dos indígenas” e ao que estou me referindo, trata-se do Morro dos Cavalos, o maior acidente geográfico existente na BR-101, no trajeto entre a capital Florianópolis e os municípios do Sul do estado; morro este que tem se transformado num verdadeiro câncer no fluxo do trânsito em ambos os sentidos, tanto no verão e feriadões, com as filas enormes provocadas pelo excesso de veículos, quanto dos períodos chuvosos, com os deslizamentos das encostas. E já que indígenas, tidos como os “donos do pedaço”, vêm travando, há mais de três décadas, aquele que seria a solução definitiva para a transposição do maciço rochoso: o túnel, por que não rebatizar a elevação de “Morro dos Indígenas”?

Está desmoronando  

Ironias à parte, o certo é que não se pode mais aceitar essa situação. O que Santa Catarina está vivendo desde o último sábado, com o bloqueio total da rodovia, milhares de veículos presos no engarrafamento, cargas se deteriorando e motoristas já passando até fome é o maior atestado de incompetência e irresponsabilidade de todas as nossas autoridades políticas, sejam federais ou estaduais. O Morro dos Cavalos está se desmanchando, essa é a verdade. Tal qual a vergonha dessa gente que não é capaz de se impor diante de uma inconsequente ação dos indígenas e indigenistas de plantão.

Até a base está cedendo

Chegou a hora de agirmos. Não só para resolver os entraves e liberar o trânsito, mas para também acabar com essa política medonha de proteção aos nativos, exigindo que o projeto do túnel saia do papel. Custe o que custar. O Morro dos Indígenas, ou dos Cavalos, como queiram, já não resiste mais. Além das encostas que, apesar da intervenção humana com construção de paredões e muros de arrimo, continuam se deslocando, agora surgiram as grandes crateras sob as pistas, mostrando que a base também vem sendo comprometida. Já passou a hora de partirmos para os túneis. Nada mais justifica a espera.

Diário do Sul
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