É importante que todos nós, brasileiros, saibamos da importância que o mundo está dando ao Brasil neste início de século XXI. A razão é simples. O mundo inteiro está com muitos problemas. O Oriente Médio em meio a guerras internas crescentes. O Sudeste Asiático com grandes indefinições em relação ao seu futuro. A Europa, o Japão e os Estados Unidos são mercados maduros que precisam de mercados emergentes para aplicar seus recursos financeiros e de tecnologia. Daí a importância do Brasil, da Índia e da China, países enormes, com um enorme mercado emergente.
Fala-se muito da China e da Índia. Mas o mundo ocidental (Europa e Estados Unidos) está chegando à conclusão de que talvez o Brasil seja o país mais adequado para receber os investimentos internacionais. E a razão é igualmente simples. A China é um país em regime comunista, fechado. O idioma (mandarim) é de difícil compreensão. O sistema jurídico é completamente diferente do ocidental. Tirando as regiões mais prósperas - Beijing, Xangai, Chenzen, Hong Kong, por exemplo -, o restante da China é extremamente campesino, com mais de 800 milhões de pessoas vivendo em situação quase miserável. A Índia, tirando poucas regiões como Bangalore, Nova Dehli e poucas outras, também tem problemas muito grandes. São dezenas de dialetos; costumes e cultura completamente diferentes do ocidente; um sistema de castas de difícil compreensão para os ocidentais; uma imensa população em situação de extrema miséria - mais de 250 milhões de miseráveis.
Aí vem o Brasil. Um país ocidental, com uma democracia forte, o Brasil tem um dos melhores sistemas bancários do mundo, empresas modernas, um parque de tecnologia de informação grande e ramificado por todo o país, um sistema jurídico ocidental, uma legislação moderna. Tudo isso, é claro, em comparação com os demais países emergentes. Assim, por mais que tenhamos uma visão negativa do Brasil de hoje, toda a análise deve ser feita comparando o Brasil com seus competidores.
Aqui na Europa, (estou escrevendo esta mensagem da Itália), assim como no mundo desenvolvido, se estuda com visão de longo prazo. E analisando o Brasil para os próximos 20-30-50 anos, pode-se entender, com facilidade, as vantagens comparativas do Brasil em relação a esses competidores não ocidentais. E é isso o que está sendo feito agora. Estudos mais profundos, menos emocionais, mais amplos, mostram que o Brasil apresenta vantagens estratégicas comparativas que nós, brasileiros, também precisamos compreender. Compreender para aproveitar as oportunidades desses investimentos que virão, aumentando nossa qualidade de vida e competitividade global.
Nesta semana, procure ver o Brasil de uma maneira menos emocional e mais objetiva e veja se a Europa não tem razão ao enxergar nossas vantagens.
Pense nisso. Sucesso!